Professor é afastado após debochar de aluno por vender água de coco em Vitória

Por Charles Manga
Um professor da Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio (EEEFM) Elza Lemos Andreatta, em Vitória, foi afastado nesta segunda-feira (18) após expor a vida pessoal um de seus ex-alunos para o restante da turma do segundo anos do Ensino Médio.
O caso aconteceu na última sexta-feira (15), após o professor escrever no canto do quadro uma indireta que debochava da situação socioeconômica de um de seus alunos, que foi visto vendendo água de coco. “Reflexão: será que é melhor ir para o calçadão de Jardim Camburi vender água de coco ou se esforçar um pouco mais nos estudos para ter um emprego melhor”, questionou o professor no quadro.
O jovem, recentemente, solicitou transferência para outra instituição e já não frequentava as aulas do antigo professor. Nas redes sociais, a mãe do aluno mostrou indignação com o caso e pediu respeito para ela e filho. “Estou há três anos vendendo água de coco e é através dela que trago sustento para a minha família, pago minhas contas e aluguel. Fui surpreendida quando o professor que passou aqui e nos viu vendendo decidiu expor o meu filho na frente de todos da sala”.
O movimento da região Grande São Pedro demonstrou apoio a mãe e ao jovem. “A necessidade de conciliar estudos com trabalho é uma realidade para muitos de nossos jovens, que lutam diariamente para garantir seu sustento e o de suas famílias. Todo trabalho é digno, e é lamentável que o professor em questão não compreenda isso”.
“É inaceitável que um educador, responsável por moldar mentes e contribuir para a formação de cidadãos conscientes, adote uma postura tão preconceituosa e desrespeitosa”, destacou o movimento em nota.
A Superintendência Regional de Educação pontuou que está acompanhando o caso e que não concorda com a postura do profissional. Conforme Regimento Comum das Escolas, as medidas administrativas já estão sendo adotadas pela unidade de ensino.
O professor, segundo a superintendência, teve seu contrato cessado antecipadamente e a mãe do aluno está sendo apoiada para buscar seus direitos junto às autoridades policiais, via boletim de ocorrência. O órgão informou ainda que nesta semana, a responsável pelo aluno será atendida pela equipe escolar para o apoio que for necessário.
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